Hoje, li as palavras
que sempre sonhei em ouvir
Soube de coisas que sempre quis saber
me realizei enfim... psicologicamente.
Me senti tão bem
enquanto lia aquelas palavras
que as li e reli durante quase o dia todo
decorei todas as palavras....
Dentro da carta havia um convite
para um mundo totalmente diferente
Havia uma mão me esperando pra me ajudar a caminhar
como sempre quis, mas...
Não sou digna o suficiente de sua mão
E muito menos de seu coração
depois de ouvir e assentir sua proposta
Faço a minha:
Proponho estar ali do seu lado também
proponho secar suas lágrimas e diminuir suas angústias se necessário...
Quero ser sua irmã.
mas não proponho mais nada
pois como sabe...
magoar alguém sempre foi o meu maior medo.
Aceito sua proposta
mas espero que entenda
o sentido do sim que lhe dei.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Minha Invalidez
Deixo de escrever
Tento compor
Não consigo, e por isso
Deixo de compor
Tento nadar
Não consigo, e por isso
Deixo de nadar
E tento encenar
Não consigo, e por isso
Deixo de encenar
E tento ler
Não consigo, e por isso
Deixo de ler
E tento sonhar
E só aí é que consigo.
Só mais uma
Ela quer voar, mas tem arrepios
Ela não sabe identificar o medo em sua voz
Não enquanto chora de angústia.
Ela pode correr entre sorrisos,
Mas não quer, não sabe que precisa...
Ela quer voar.
Ela quer ser forte, indomável
Quer fugir da dor do mundo,
Fugir dos traços tristes de sua vida.
Ela não quer correr, ela quer voar.
Voar bem alto, por cima de todos.
Ela não sabe identificar o egoísmo do seu sonho...
Só quer voar.
Ela observa as asas alheias batendo
Vê a alegria até no olhar das borboletas menores.
Ela vê o brilho na inocência das menos bonitas,
Vê a felicidade no olhar do cego.
Mas nada importa, porque ela quer voar.
Ela quer ser livre.
Abre as asas, sente o vento em seu nariz,
Brinca de ser grande.
Ela se imagina bonita, segura, madura.
Luta contra o mundo,
Destrói tudo, atravessa os obstáculos
Causa a erosão das pedras no caminho.
Nada no ar para ser mais ágil,
Pula, corre.... Mas não voa.
E não desiste.
Ela corre, anda, corre,
E para.
Para, e se depara
Com um par de olhos tão tristes quanto os dela.
Ela enxerga a mágoa e a dor nos seus olhos negros,
Olhos absolutamente negros e misteriosos a sua frente.
E olha pras asas.
O dono dos olhos tem asas.
Tem asas, mas não liga pra elas.
Ela sabe voar! Ah, pode voar alto, bem alto...
E mesmo assim é triste.
Ela vê seus punhos apertados,
Seus lábios contraídos, seus joelhos tensos
Sua pele ressecada, e ouve.
Ouve sua voz rouca pronunciar palavras que,
Mesmo tristes, soavam como música.
Era algo inexplicável
Cada som que ele emitia era a resposta
Para todas as suas perguntas...
Quase todas.
Havia uma que há muito tempo
Ela ansiava em perguntar...
Mas tinha medo.
Tinha medo da resposta.
E como sempre, mesmo sem perguntas
Ele a respondeu
E fez levitar
Ela enfim pode bater suas asas
Sentir que seus pés não estavam mais no chão
E sua asa agora se movia com facilidade
Seu rosto se contorcia e formava um sorriso
E de longe ela podia ver
A alegria nos olhos negros
Pela primeira vez
Os olhos sorriram
Ela observava intensamente o olhar pouco distante
E sentia o vento em seu corpo
Ouvia o barulho das asas...
E chorava
Chorava de alegria
Enquanto aos poucos seu corpo se imobilizava
Seu coração
Ficava mais lento
Sua boca mais seca
E suas asas mais lentas
Até cair
E as pálpebras dos seus olhos
Fecharem lentamente.
Apesar de tudo
Ela ainda era
Só mais uma borboleta.
A primeira morte
Sinto um ardor imenso em toda a minha pele
Meus dedos dos pés e das mãos formigam sem parar
Sinto meu rosto contrair
Meus ossos quebrarem
O oxigênio vai se tornando pouco
E já não sei o que fazer.
Pouco me importa se a minha morte se aproxima
Mas tenho medo de ir
E levar comigo o sorriso de alguém.
Já não sei o que pensar, o que querer
Sinto o sangue queimar em meu rosto
Minhas pernas ainda doem
Mas não tanto quanto meu coração
Que está parando lentamente aqui, longe de ti.
Eu não quero ir,
Não agora.
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